sábado, 26 de novembro de 2016

Jararaca


Olá meus caros amigos!
Tudo bem com vocês?
Vamos entender um pouco sobre essa espécie responsável por 90% dos acidentes ofídicos no Brasil.
A classe Reptilia possui 9.258 espécies descritas em todo o mundo, separadas em quatro ordens, sendo Crocodylia, Testudines, Sphenodontia e Squamata. A ordem Squamata que inclui as serpentes possuem 7.908 espécies descritas em todo o mundo. No Brasil foram descritas 261 espécies de serpentes. Sendo 142 espécies ocorrendo no Estado de São Paulo. 

As serpentes são encontradas em diversos ambientes em todo o mundo, não ocorrendo em regiões árticas, devido à necessidade de regular a temperatura através do ambiente (ectotermia). A diversidade das serpentes pode ser explicada devido à evolução adaptativa em diversos ambientes, ocorrendo em meios terrestres e aquáticos, incluindo marinhos. No Brasil as serpentes podem ser encontradas em distintos ambientes, sendo encontrada também em ilhas.

No Brasil existem duas famílias de serpentes de interesse médico, sendo a família Elapidae e Viperidae. A família Viperidae está distribuída nos gêneros, Bothrops, Crotalus e Lachesis, e a família Elapidae possui apenas um gênero que ocorre no Brasil de importância médica, sendo o gênero Micrurus (coral-verdadeira).

O gênero Bothrops possui 31 espécies, popularmente conhecidas como jararacas no Brasil. Ocorrem em toda a América latina, principalmente na América do Sul. Existem cinco espécies insulares (B. caribbaeus, B. insularis, B. alcatraz e B. lanceolatus). As continentais possuem uma grande diversidade na sua distribuição geográfica. Na Mata Atlântica são encontradas (B. jararaca, B. jararacuçu, B. cotiara, B. fonsecai). No bioma Amazônico são encontrados (B. atrox e B. brazili). No Cerrado (B. moojeni e B. itapetiningae) e em outros campos (B. alternatus).

B. jararaca pertence à família Viperidae, tendo uma ampla distribuição no sudeste da América do Sul. Possuem hábitos terrestres e são encontradas com maior facilidade à noite, devido sua busca por alimento ser noturna. São encontradas em diversos ecossistemas, sendo matas, cerrados, campos cultivados e tendo uma dieta à base de pequenos roedores. São ovovivíparas, gerando de 12 a 18 filhotes. 

 A jararaca possui um tamanho médio de 120 cm, mas pode chegar a 160 cm.  O padrão de coloração é bem variável, sendo a região dorsal de fundo pode ser pardo, cinza, amarelo, bronze, oliva e marrom. A cabeça e as porções anterior e posterior do corpo bem escura. Com uma proeminente faixa bem escura pós-orbital estendendo por de trás dos olhos até o ângulo das mandíbulas, tendo à íris dos olhos douradas para o esverdeado. É simplesmente caracterizada por folidose por possuir, 20 - 27 fileiras de escamas dorsais no meio do corpo, 170 – 216 ventrais, 51 – 71 subcaudais, 5 – 12 intersupraoculares fracamente quilhadas, 7 – 9 supralabiais e 9 – 13 infralabiais. 

Esse pequeno texto é para vocês conhecerem de forma básica a classificação e morfologia dessa espécie.

Forte abraço a todos e me ajudem a divulgar o meu trabalho.

Um FELIZ ANO NOVO!

NOS VEMOS EM 2017.

Referências:

CICCHI P.J.P., SENA, M.A, PECCININI-SEALE, D.M., DUARTE,  M.R. Snakes from coastal islands of State of São Paulo, Southeastern Brazil. Biota Neotrop 7(2): 227-240. 2007.
CONDEZ, T.H, SAWAYA, R.J. & DIXO, M. Herpetofauna of the Atlantic Forest remnants of Tapiraí and Piedade region, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotrop 2009. Dísponivel em:  <http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/en/abstract?inventory+bn01809012009>.
GRAZZIOTIN, F.G. Estudo Filogeográfico de Bothrops jararaca (WIED, 1824) Baseado no DNA Mitocondrial (SQUAMATA: SERPENTES: VIPERIDAE). Porto Alegre, 2004.
KLINGENBERG, R.J. Understanding Reptile Parasites: A Basic Manual for Herpetoculturists & Veterinarians. Lakeside, USA, Advanced Vivarium System. 1993.
SAZIMA, I. Um estudo de biologia comportamental da jararaca, Bothrops jararaca, com uso de marcas naturais. Mem Inst Butantan 50(3): 83-99.1988.
ZAHER, H., BARBO, F.E., MARTÍNEZ, P.S., NOGUEIRA, C., RODRIGUES, M.T. & SAWAYA R.J. Répteis do Estado de São Paulo: conhecimento atual e perspectivas. Biota Neotrop. 2011.


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