sábado, 16 de dezembro de 2017

Aparecida/SP e o Programa Município Verde Azul



Um desafio muito difícil para humanidade é saber gerenciar e evitar os problemas globais, principalmente quando se tratam de temas como aquecimento global, crise hídrica, crescimento desordenado da população, perda da biodiversidade e outros fatores ambientais, sociais e econômicos.

Com o crescimento e criação de novas cidades fica mais difícil de gerenciar os problemas relacionados à sustentabilidade, pois metade da humanidade vive em cidades e acredita-se que até 2050, esse número subirá para 70%. Dados do Programa Cidades Sustentáveis apontam que no Brasil esse número supera a média mundial, ou seja, a população urbana brasileira pode chegar a 85% .

Sendo assim, existem algumas propostas que visam o equilíbrio ambiental, social e econômico. O Programa Município Verde Azul (PMVA) é um projeto com essa linha de proposta. Esse programa foi criado em 2007, pelo Governo do Estado de São Paulo, com o auxílio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e tem como objetivo estimular e auxiliar várias prefeituras do estado de São Paulo a desenvolver projetos que visam o desenvolvimento sustentável.

Existem dez diretivas que fazem parte das propostas do PMVA, sendo relacionadas com; Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos, Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão Das Águas, Qualidade do Ar e Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental.

A diretiva Cidade Sustentável tem como objetivo fundamental implementar o uso racional dos recursos naturais, ou seja, o PMVA lança todo o ano alguns objetivos que cada município tem de cumprir durante um ciclo e assim no final de cada ciclo o PMVA posta um ranking das cidades que obtiveram a melhor nota do Índice de Avaliação Ambiental (IAA).

O município de Aparecida/SP participa do PMVA, estando em 190º lugar no ranking geral do programa. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Aparecida/SP tem aproximadamente 36 mil habitantes e uma área de 121,076 km².

O município de Aparecida/SP tem como principal fonte de renda o turismo religioso, ou seja, todo o ano o município recebe em média 12 milhões de pessoas que vão até Aparecida em busca de realizações pessoais.

Neste contexto, o município apresenta alguns problemas ambientais, sendo que possui um custo alto com os trabalhos de gerenciamento de resíduos sólidos, pois de acordo o Plano Municipal de Integrado de Saneamento Básico (PMISB), por dia o município coleta 26 t e o Santuário Nacional de Aparecida coleta 6 t/dia, sendo assim, esse é um dos fatores limitantes para que o município tenha dificuldade nos projetos ambientais. 

Outro fator problemático observado desde 1904 é a grande quantidade de pessoas doentes que vão até Aparecida em busca de esmolas, ou seja, o município pode apresentar um grande risco de epidemias. Entretanto, mesmo contando com algumas adversidades o município consegue caminhar em busca da eficiência ambiental, econômica e social.

Referências:

A12. Santuário Nacional de Aparecida. Acesso em 12 de Outubro de 2017. Disponível em: <http://www.a12.com/santuario/santuario-em-numeros>.

BASTISTA, A. C., CAMARGO, L., DE CAMPOS, A. P., BORSATTO, R. S. Descrição do Programa Município Verde Azul no Município de Quadra – SP. Revista Perspectiva em Educação, Gestão & Tecnologia, v.3, n.6, julho-dezembro. 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Acesso em 12 de outubro de 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=350250&search=||infogr%E1ficos:-informa%E7%F5es-completas>.

MACHADO, L. F., MONTAÑO, M. Estratégias De Descentralização Da Gestão Ambiental: O Caso Do Programa Município Verde E Azul (SMA-SP). 2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto. São Paulo, 2012.
MANGIALARDO, V.C. Aparecida, Profana e Dividida: Conflitos Socioespaciais no Município de Aparecida, São Paulo, Brasil. Universidade do Vale do Paraíba, SJC, 2015.

OLIVEIRA, E. C., TRINDADE, F. H., PEREIRA, R. S. Políticas Públicas Indutoras do Desenvolvimento Sustentável Local: Um Estudo Sobre o Programa Município VerdeAzul na Região do Grande ABC. Administração Pública e Gestão Social, 7(3), jul.-set. 2015, 109-119. 2015.

PETERS, J. L. Nossa Senhora Aparecida no Discurso da Igreja Católica no Brasil (1854 – 1904). Universidade Federal de Juiz de Fora. 2012.

SIMÕES, L. L. Unidades de Conservação: Conservando a Vida, os Bens e Os Serviços Ambientais. São Paulo. 2008.

PROGRAMA MUNICÍPIO VERDE AZUL (PMVA). Acesso em 12 de outubro de 2017. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/>.
PROGRAMA CIDADE SUSTENTÁVEL. 5º Ed. 2012. Disponível em: <http://www.cidadessustentaveis.org.br/>.

Birdwatching, Educação e Unidade de Conservação


Sempre existiu uma relação do ser humano com outros organismos vivos existentes no ambiente natural, pois as interações variavam desde a busca por alimento até a observação do comportamento animal. Atualmente essas relações ainda acontecem, porém houve um acréscimo dos impactos ecológicos relacionados com a industrialização e a busca do desenvolvimento tecnológico. Mesmo com os grandes impactos ambientais que os diversos ecossistemas sofrem, ainda existe uma rica biodiversidade que desperta um fascínio muito grande em diversas pessoas que pensam na conservação ou no ecoturismo.

As aves são os animais que mais despertam interesse para os observadores, pois possuem uma variação bem fascinante de cor, canto e comportamento. Olhando para o passado fica bem clara a afirmação feita, pois em 1789 o autor Gilbert White publicou no The Natural History Of Selborne uma obra relacionada com a apreciação das aves, sendo assim, considerada a primeira obra de observação de aves.

Após esse marco da história, nos Estados Unidos em 1873, foi criada a primeira coordenação para observar e estudar as aves, que foi nomeada como Nuttall Ornitological Club (MOURÃO, 2004). Somente em 1974, essa prática chegou ao Brasil, com a criação do COAs (Clube de Observadores de Aves), no Rio Grande do Sul.

Nos dias de hoje essa prática vem ganhando grandes proporções, pois a observação de aves requer somente disposição e alguns equipamentos básicos. De acordo com Costa, essa prática pode ser usada como ferramenta de ensino na educação ambiental, pois possibilita a interação prática com os diversos fatores ambientais e pedagógicos com o objetivo de uma consciência ecológica, ou seja, uma relação harmônica do homem com a natureza.

Segundo Rocha & Molin, a prática de observação de aves também pode ser usada como ferramenta no ensino de ciências, pois a docência no Brasil ainda é muito teórica, sendo usado somente o giz e o quadro negro, ou seja, essa prática pode proporcionar aos alunos uma vivência prática do mundo científico e também a possibilidade dessa prática interagir com vários conteúdos de ciências (ecologia, zoologia, anatomia, meio ambiente, etc). Outro ponto importante é a possibilidade dos alunos conhecerem e colocarem em ação do foi aprendido em sala de aula usando os diversos ambientais presentes nas unidade de conservação.

Unidades de Conservação (UCs), são espaços com aspectos naturais de grande importância ecológica para a população, incluindo as águas jurisdicionais, com o objetivo da preservação do patrimônio biológico. As unidades de conservação possuem duas categorias, a de uso sustentável e a de proteção integral, sendo que em cada categoria existem seus princípios de conservação e proteção ambiental.

As unidades de conservação têm um papel de proteção do patrimônio ambiental do Brasil desde 1937, tendo o marco da criação do Parque Nacional do Itatiaia (RJ). Aproximadamente, 1,5 milhões de km², ou 16,6% do território continental brasileiro e 1,5% do território marinho é protegido, com o objetivo de conservação da diversidade biológica, uso sustentável do solo e dos recursos naturais, preservação da beleza cênica e da cultura nacional.

O termo Unidades de Conservação é utilizado no Brasil e tem como objetivo definir as áreas instituídas pelo Poder Público para preservação e proteção de corpos d’águas, solo, clima, paisagens, microrganismos, fauna, flora e todo o equilíbrio de um ecossistema. Existem categorias de Unidade de Conservação que inclui a proteção do patrimônio histórico-cultural, visando também manter a tradição da população local possibilitando o uso sustentável daquele ecossistema.

Referências:

COSTA, R. G. A. Observação de Aves Como Ferramenta Didática Para Educação Ambiental. Revista – Didática Sistêmica, ISSN 1809-3108, Volume 6, julho a dezembro de 2007.
FOUREZ, G. Crise no ensino de ciências? Revista Investigações em Ensino de Ciências. v. 8, n. 2. 2003.
LOPES, S. F.; SANTOS, R. J. Observação de Aves: Do Ecoturismo À Educação Ambiental. Caminhos de Geografia 5(13) 103-121, Out/2004.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), 2008. Plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais: Floresta Nacional de Lorena. 25p, 2008
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Disponível em 30 de setembro de 2017. <http://www.mma.gov.br/estruturas/240/_publicacao/240_publicacao05072011052536.pdf>.
MOURÃO, R. M. F. Manual de Melhores Práticas Para o Ecoturismo. Rio de Janeiro: Funbio/ Instituto Ecobrasil/ MPE, 2004.
PIVATTO, M. A. C.; SABINO, J. O turismo de observação de aves no Brasil: breve revisão bibliográfica e novas perspectivas. Atualidades Ornitológicas Nº 139 - Setembro/Outubro 2007.
RIBEIRO, A. A et al., 2011. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Disponível em 29 de setembro de 2017. < http://www.mma.gov.br/estruturas/240/_publicacao/240_publicacao05072011052536.pdf>.
ROCHA, M. C. V.; MOLIN, T. A Observação de Aves Como Ferramenta Para Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências. Atualidades Ornitológicas On-line Nº 155 - Maio/Junho 2010.
SIMÕES, L. L. Unidades de Conservação: Conservando a Vida, os Bens e Os Serviços Ambientais. São Paulo. 2008.
SOARES, M.; PIRES, P. S. O Interesse pela Observação de Aves como Alternativa para o Turismo em Bases Sustentáveis no Litoral Centro-Norte de Santa Catarina. Turismo - Visão e Ação - vol. 6 - n.1 - jan/abril 2004.
UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência em: e a Cultura. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Brasília: Unes, 7 p. 2005.
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MÉLO, B. P. M. Proposta de Observação de Aves Como Atividade Estratégica à Conservação Ambiental do Jardim Botânico Benjamim Maranhão em João Pessoa – PB. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, PB. 2015.