sábado, 16 de dezembro de 2017

Birdwatching, Educação e Unidade de Conservação


Sempre existiu uma relação do ser humano com outros organismos vivos existentes no ambiente natural, pois as interações variavam desde a busca por alimento até a observação do comportamento animal. Atualmente essas relações ainda acontecem, porém houve um acréscimo dos impactos ecológicos relacionados com a industrialização e a busca do desenvolvimento tecnológico. Mesmo com os grandes impactos ambientais que os diversos ecossistemas sofrem, ainda existe uma rica biodiversidade que desperta um fascínio muito grande em diversas pessoas que pensam na conservação ou no ecoturismo.

As aves são os animais que mais despertam interesse para os observadores, pois possuem uma variação bem fascinante de cor, canto e comportamento. Olhando para o passado fica bem clara a afirmação feita, pois em 1789 o autor Gilbert White publicou no The Natural History Of Selborne uma obra relacionada com a apreciação das aves, sendo assim, considerada a primeira obra de observação de aves.

Após esse marco da história, nos Estados Unidos em 1873, foi criada a primeira coordenação para observar e estudar as aves, que foi nomeada como Nuttall Ornitological Club (MOURÃO, 2004). Somente em 1974, essa prática chegou ao Brasil, com a criação do COAs (Clube de Observadores de Aves), no Rio Grande do Sul.

Nos dias de hoje essa prática vem ganhando grandes proporções, pois a observação de aves requer somente disposição e alguns equipamentos básicos. De acordo com Costa, essa prática pode ser usada como ferramenta de ensino na educação ambiental, pois possibilita a interação prática com os diversos fatores ambientais e pedagógicos com o objetivo de uma consciência ecológica, ou seja, uma relação harmônica do homem com a natureza.

Segundo Rocha & Molin, a prática de observação de aves também pode ser usada como ferramenta no ensino de ciências, pois a docência no Brasil ainda é muito teórica, sendo usado somente o giz e o quadro negro, ou seja, essa prática pode proporcionar aos alunos uma vivência prática do mundo científico e também a possibilidade dessa prática interagir com vários conteúdos de ciências (ecologia, zoologia, anatomia, meio ambiente, etc). Outro ponto importante é a possibilidade dos alunos conhecerem e colocarem em ação do foi aprendido em sala de aula usando os diversos ambientais presentes nas unidade de conservação.

Unidades de Conservação (UCs), são espaços com aspectos naturais de grande importância ecológica para a população, incluindo as águas jurisdicionais, com o objetivo da preservação do patrimônio biológico. As unidades de conservação possuem duas categorias, a de uso sustentável e a de proteção integral, sendo que em cada categoria existem seus princípios de conservação e proteção ambiental.

As unidades de conservação têm um papel de proteção do patrimônio ambiental do Brasil desde 1937, tendo o marco da criação do Parque Nacional do Itatiaia (RJ). Aproximadamente, 1,5 milhões de km², ou 16,6% do território continental brasileiro e 1,5% do território marinho é protegido, com o objetivo de conservação da diversidade biológica, uso sustentável do solo e dos recursos naturais, preservação da beleza cênica e da cultura nacional.

O termo Unidades de Conservação é utilizado no Brasil e tem como objetivo definir as áreas instituídas pelo Poder Público para preservação e proteção de corpos d’águas, solo, clima, paisagens, microrganismos, fauna, flora e todo o equilíbrio de um ecossistema. Existem categorias de Unidade de Conservação que inclui a proteção do patrimônio histórico-cultural, visando também manter a tradição da população local possibilitando o uso sustentável daquele ecossistema.

Referências:

COSTA, R. G. A. Observação de Aves Como Ferramenta Didática Para Educação Ambiental. Revista – Didática Sistêmica, ISSN 1809-3108, Volume 6, julho a dezembro de 2007.
FOUREZ, G. Crise no ensino de ciências? Revista Investigações em Ensino de Ciências. v. 8, n. 2. 2003.
LOPES, S. F.; SANTOS, R. J. Observação de Aves: Do Ecoturismo À Educação Ambiental. Caminhos de Geografia 5(13) 103-121, Out/2004.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), 2008. Plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais: Floresta Nacional de Lorena. 25p, 2008
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Disponível em 30 de setembro de 2017. <http://www.mma.gov.br/estruturas/240/_publicacao/240_publicacao05072011052536.pdf>.
MOURÃO, R. M. F. Manual de Melhores Práticas Para o Ecoturismo. Rio de Janeiro: Funbio/ Instituto Ecobrasil/ MPE, 2004.
PIVATTO, M. A. C.; SABINO, J. O turismo de observação de aves no Brasil: breve revisão bibliográfica e novas perspectivas. Atualidades Ornitológicas Nº 139 - Setembro/Outubro 2007.
RIBEIRO, A. A et al., 2011. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Disponível em 29 de setembro de 2017. < http://www.mma.gov.br/estruturas/240/_publicacao/240_publicacao05072011052536.pdf>.
ROCHA, M. C. V.; MOLIN, T. A Observação de Aves Como Ferramenta Para Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências. Atualidades Ornitológicas On-line Nº 155 - Maio/Junho 2010.
SIMÕES, L. L. Unidades de Conservação: Conservando a Vida, os Bens e Os Serviços Ambientais. São Paulo. 2008.
SOARES, M.; PIRES, P. S. O Interesse pela Observação de Aves como Alternativa para o Turismo em Bases Sustentáveis no Litoral Centro-Norte de Santa Catarina. Turismo - Visão e Ação - vol. 6 - n.1 - jan/abril 2004.
UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência em: e a Cultura. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Brasília: Unes, 7 p. 2005.
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MÉLO, B. P. M. Proposta de Observação de Aves Como Atividade Estratégica à Conservação Ambiental do Jardim Botânico Benjamim Maranhão em João Pessoa – PB. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, PB. 2015.

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