sábado, 26 de novembro de 2016

Jararaca


Olá meus caros amigos!
Tudo bem com vocês?
Vamos entender um pouco sobre essa espécie responsável por 90% dos acidentes ofídicos no Brasil.
A classe Reptilia possui 9.258 espécies descritas em todo o mundo, separadas em quatro ordens, sendo Crocodylia, Testudines, Sphenodontia e Squamata. A ordem Squamata que inclui as serpentes possuem 7.908 espécies descritas em todo o mundo. No Brasil foram descritas 261 espécies de serpentes. Sendo 142 espécies ocorrendo no Estado de São Paulo. 

As serpentes são encontradas em diversos ambientes em todo o mundo, não ocorrendo em regiões árticas, devido à necessidade de regular a temperatura através do ambiente (ectotermia). A diversidade das serpentes pode ser explicada devido à evolução adaptativa em diversos ambientes, ocorrendo em meios terrestres e aquáticos, incluindo marinhos. No Brasil as serpentes podem ser encontradas em distintos ambientes, sendo encontrada também em ilhas.

No Brasil existem duas famílias de serpentes de interesse médico, sendo a família Elapidae e Viperidae. A família Viperidae está distribuída nos gêneros, Bothrops, Crotalus e Lachesis, e a família Elapidae possui apenas um gênero que ocorre no Brasil de importância médica, sendo o gênero Micrurus (coral-verdadeira).

O gênero Bothrops possui 31 espécies, popularmente conhecidas como jararacas no Brasil. Ocorrem em toda a América latina, principalmente na América do Sul. Existem cinco espécies insulares (B. caribbaeus, B. insularis, B. alcatraz e B. lanceolatus). As continentais possuem uma grande diversidade na sua distribuição geográfica. Na Mata Atlântica são encontradas (B. jararaca, B. jararacuçu, B. cotiara, B. fonsecai). No bioma Amazônico são encontrados (B. atrox e B. brazili). No Cerrado (B. moojeni e B. itapetiningae) e em outros campos (B. alternatus).

B. jararaca pertence à família Viperidae, tendo uma ampla distribuição no sudeste da América do Sul. Possuem hábitos terrestres e são encontradas com maior facilidade à noite, devido sua busca por alimento ser noturna. São encontradas em diversos ecossistemas, sendo matas, cerrados, campos cultivados e tendo uma dieta à base de pequenos roedores. São ovovivíparas, gerando de 12 a 18 filhotes. 

 A jararaca possui um tamanho médio de 120 cm, mas pode chegar a 160 cm.  O padrão de coloração é bem variável, sendo a região dorsal de fundo pode ser pardo, cinza, amarelo, bronze, oliva e marrom. A cabeça e as porções anterior e posterior do corpo bem escura. Com uma proeminente faixa bem escura pós-orbital estendendo por de trás dos olhos até o ângulo das mandíbulas, tendo à íris dos olhos douradas para o esverdeado. É simplesmente caracterizada por folidose por possuir, 20 - 27 fileiras de escamas dorsais no meio do corpo, 170 – 216 ventrais, 51 – 71 subcaudais, 5 – 12 intersupraoculares fracamente quilhadas, 7 – 9 supralabiais e 9 – 13 infralabiais. 

Esse pequeno texto é para vocês conhecerem de forma básica a classificação e morfologia dessa espécie.

Forte abraço a todos e me ajudem a divulgar o meu trabalho.

Um FELIZ ANO NOVO!

NOS VEMOS EM 2017.

Referências:

CICCHI P.J.P., SENA, M.A, PECCININI-SEALE, D.M., DUARTE,  M.R. Snakes from coastal islands of State of São Paulo, Southeastern Brazil. Biota Neotrop 7(2): 227-240. 2007.
CONDEZ, T.H, SAWAYA, R.J. & DIXO, M. Herpetofauna of the Atlantic Forest remnants of Tapiraí and Piedade region, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotrop 2009. Dísponivel em:  <http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/en/abstract?inventory+bn01809012009>.
GRAZZIOTIN, F.G. Estudo Filogeográfico de Bothrops jararaca (WIED, 1824) Baseado no DNA Mitocondrial (SQUAMATA: SERPENTES: VIPERIDAE). Porto Alegre, 2004.
KLINGENBERG, R.J. Understanding Reptile Parasites: A Basic Manual for Herpetoculturists & Veterinarians. Lakeside, USA, Advanced Vivarium System. 1993.
SAZIMA, I. Um estudo de biologia comportamental da jararaca, Bothrops jararaca, com uso de marcas naturais. Mem Inst Butantan 50(3): 83-99.1988.
ZAHER, H., BARBO, F.E., MARTÍNEZ, P.S., NOGUEIRA, C., RODRIGUES, M.T. & SAWAYA R.J. Répteis do Estado de São Paulo: conhecimento atual e perspectivas. Biota Neotrop. 2011.


sábado, 3 de setembro de 2016

Fomos todos Biólogos


Olá meus caros amigos!
Tudo bem com vocês?

Hoje, dia 3 de setembro, é comemorado o Dia do Biólogo!

Faz 37 anos que essa profissão foi reconhecida por lei, e descrita às habilitações dos profissionais dessa área.

Hoje irei falar um pouco sobre a minha visão sobre essa profissão, algumas atividades que já desenvolvi e venho desenvolvendo, algumas de minhas conquistas e entre outras abordagens.

Antes, gostaria de fazer uma questão a você:Vale a pena fazer Biologia (Ciências Biológicas)?
Vou ver se consigo responder essa resposta de maneira bem simples.

Mas antes disso, você sabia que todos nós já fomos Biólogos?

Mesmo você que não é Biólogo por profissão, já foi um excelente aprendiz e curioso desse mundo.

Quando criança, queremos entender como funciona o mundo a nossa volta, mexendo na terra, virando pedras, subindo em árvores, observando os animais, olhando as borboletas e muitas outras coisas.

Eu sei que muitas pessoas vão se lembrar de sua infância e irão ter ao menos uma história para contar referente às atividades e suas curiosidades da infância. (deixe seu comentário aqui)(se for biólogo conte como entrou nessa profissão)

Qual é a relação disso com um profissional de biologia?

Isso é praticamente o que um Biólogo faz, motivado pela curiosidade instalada em sua mente, esse profissional busca entender as relações entre os organismos vivos e qual a importância desses organismos para um ecossistema. Mas é claro que a curiosidade vai muito além disso.

Eu, como um curioso desde pequeno, nunca tive medo de nenhum animal, mas confesso que tornar-me biólogo não me passava pela cabeça. Tudo começou quando decidi entrar em uma faculdade, porém estava em dúvida em que curso fazer, então voltei ao meu passado mentalmente e me lembrei que gostava de curiosidades científicas, animais e meio ambiente. Entrei na faculdade, no curso de Gestão Ambiental e então me formei, mas ainda eu sentia que estava faltando algo para minha formação e eu também estava com sede em saber mais sobre o mundo dos animais. Logo que terminei o curso de Gestão Ambiental, já ingressei no curso de Biologia e desde então a paixão pela área aumenta cada vez mais. E hoje faltam exatamente 3 meses para eu me formar como Biólogo. É claro que ainda tenho poucas experiências na área, mas conheço diversos profissionais de sucesso, que me fazem querer ir em frente e buscar sempre o melhor.
Atualmente desenvolvo um trabalho científico no laboratório de Zoologia da instituição em que estudo e também presto serviços de consultoria ambiental, pois também sou Pós-Graduado em Perícia Ambiental.

Mas em que área o biólogo pode atuar?

A Biologia tem diversas áreas de atuação profissional, que as vezes nem eu acreditava que um biólogo poderia atuar.

Você acha que são poucas as áreas de atuação?

De acordo o CRBio (Conselho Regional de Biologia) o Biólogo pode atuar em:

Áreas de Atuação do Biólogo em Meio Ambiente e Biodiversidade: 

Aquicultura: Gestão e Produção
 
Arborização Urbana
 
Auditoria Ambiental
 
Bioespeleologia
 
Bioética
 
Bioinformática
 
Biomonitoramento
 
Biorremediação
 
Controle de Vetores e Pragas
 
Curadoria e Gestão de Coleções Biológicas, Científicas e Didáticas
 
Desenvolvimento, Produção e Comercialização de Materiais, Equipamentos e Kits Biológicos
 
Diagnóstico, Controle e Monitoramento Ambiental
 
Ecodesign
 
Ecoturismo
 
Educação Ambiental
 
Fiscalização/Vigilância Ambiental
 
Gestão Ambiental
 
Gestão de Bancos de Germoplasma
 
Gestão de Biotérios
 
Gestão de Jardins Botânicos
 
Gestão de Jardins Zoológicos
 
Gestão de Museus
 
Gestão da Qualidade
 
Gestão de Recursos Hídricos e Bacias Hidrográficas
 
Gestão de Recursos Pesqueiros
 
Gestão e Tratamento de Efluentes e Resíduos
 
Gestão, Controle e Monitoramento em Ecotoxicologia
 
Inventário, Manejo e Produção de Espécies da Flora Nativa e Exótica
 
Inventário, Manejo e Conservação da Vegetação e da Flora
 
Inventário, Manejo e Comercialização de Microrganismos
 
Inventário, Manejo e Conservação de Ecossistemas Aquáticos: Límnicos, Estuarinos e Marinhos
 
Inventário, Manejo e Conservação do Patrimônio Fossilífero
 
Inventário, Manejo e Produção de Espécies da Fauna Silvestre Nativa e Exótica
 
Inventário, Manejo e Conservação da Fauna
 
Inventário, Manejo, Produção e Comercialização de Fungos
 
Licenciamento Ambiental
 
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)
 
Microbiologia Ambiental
 
Mudanças Climáticas
 
Paisagismo
 
Perícia Forense Ambiental/Biologia Forense
 
Planejamento, Criação e Gestão de Unidades de Conservação (UC)/Áreas Protegidas
 
Responsabilidade Socioambiental
 
Restauração/Recuperação de Áreas Degradadas e Contaminadas
 
Saneamento Ambiental
 
Treinamento e Ensino na Área de Meio Ambiente e Biodiversidade
 

Áreas de Atuação do Biólogo em Saúde: 

Aconselhamento Genético
 
Análises Citogenéticas
 
Análises Citopatológicas
 
Análises Clínicas * Esta Resolução em nada altera o disposto nas Resoluções nº 12/93 e nº 10/2003.
 
Análises de Histocompatibilidade
 
Análises e Diagnósticos Biomoleculares
 
Análises Histopatológicas
 
Análises, Bioensaios e Testes em Animais
 
Análises, Processos e Pesquisas em Banco de Leite Humano
Análises, Processos e Pesquisas em Banco de Órgãos e Tecidos
 
Análises, Processos e Pesquisas em Banco de Sangue e Hemoderivados
 
Análises, Processos e Pesquisas em Banco de Sêmen, Óvulos e Embriões
 
Bioética
 
Controle de Vetores e Pragas
 
Desenvolvimento, Produção e Comercialização de Materiais, Equipamentos e Kits Biológicos
 
Gestão da Qualidade
 
Gestão de Bancos de Células e Material Genético
 
Perícia e Biologia Forense
 
Reprodução Humana Assistida
 
Saneamento Saúde Pública/Fiscalização Sanitária
 
Saúde Pública/Vigilância Ambiental
 
Saúde Pública/Vigilância Epidemiológica
 
Saúde Pública/Vigilância Sanitária
 
Terapia Gênica e Celular
 
Treinamento e Ensino na Área de Saúde.
 

Áreas de Atuação do Biólogo em Biotecnologia e Produção: 

Biodegradação
 
Bioética
 
Bioinformática
 
Biologia Molecular
 
Bioprospecção
 
Biorremediação
 
Biossegurança
 
Cultura de Células e Tecidos
 
Desenvolvimento e Produção de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs)
 
Desenvolvimento, Produção e Comercialização de Materiais, Equipamentos e Kits Biológicos
Engenharia Genética/Bioengenharia
 
Gestão da Qualidade
 
Melhoramento Genético
 
Perícia/Biologia Forense
 
Processos Biológicos de Fermentação e Transformação
 
Treinamento e Ensino em Biotecnologia e Produção.

É realmente muito amplo, não é mesmo?

Então se você se interessa por essa área, não perca tempo, na minha opinião cursar Biologia e atuar como Biólogo é algo gratificante demais. É claro que com a crise atual que estamos passando, fica difícil encontrar emprego em cidades pequenas, porém se você estiver disposto a viajar, pode acreditar que as oportunidades irão aparecer.

Então, vamos comemorar o dia de hoje conhecendo a vida de um Biólogo próximo a você e conhecer as atividades que ele desenvolve para melhorar a nossa qualidade de vida.

Espero que vocês tenham gostado do texto de hoje, eu, como biólogo e amante da vida , não poderia deixar essa data passar em vão.

Forte Abraço a todos!!!!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

CAXUMBA É A BOLA DA VEZ


Olá, meus caros amigos!

Tudo bem com vocês?

Hoje irei falar um pouco sobre Caxumba, uma doença causada por vírus e que, este ano, esta causando diversos surtos no estado de São Paulo.
Devido a essa grande propagação do vírus, essa doença até mesmo me atingiu, isso mesmo galera. Faz uma semana que eu me recuperei da Caxumba, e posso falar que é uma experiência bem dolorosa.

Mas vamos entender um pouco como os vírus atacam as pessoas.

Mas antes disso, vamos entender um pouco sobre os vírus de uma forma geral.

A palavra VÍRUS é derivada do latim e significa toxina ou veneno. O vírus é uma cápsula protéica a qual envolve o seu material genético, podendo ser DNA ou RNA. O seu principal objetivo é atacar  células vivas para se reproduzir ( gerar cópias de si mesmo) e se propagar, pois eles não conseguem realizar isso livremente no ambiente. Consequentemente as células hospedeiras acabam sendo destruídas e dependendo do organismo que ele ataca, alguns problemas de saúde podem aparecer. No caso dos seres humanos, os vírus se instalam por diversas formas: ar, saliva, contato com sangue, através do sexo, etc.
Os vírus apresentam morfologia bem variada e alguns apresentam formas bem peculiares.

Vocês já assistiram o filme “GUERRA DOS MUNDOS” ?

cena do filme 


É um filme em que o Planeta Terra é atacado por alienígenas com suas maquinas super esquisitas, você com certeza já deve ter pelo menos visto em algum cartaz ou trailler, enfim,   quero chamar a atenção para essas “máquinas”  que o os alienígenas utilizam para atacar as pessoas. Elas se parecem muito com alguns tipos de  vírus. 

Olha só!



Essa é uma estrutura de um vírus (existem várias formas). Lembra a “máquina” do filme não lembra?
Se você assistir ao filme vai perceber que realmente podemos estabelecer alguns comparativos.

Então os vírus são alienígenas??? 

Não pessoal, quis somente fazer uma analogia para vocês entenderem melhor que as estruturas são bem parecidas. heehehehehe.

Mas como os vírus atacam nossa célula?



  
O vírus se adere na membrana da célula e em seguida insere seu material genético em seu interior e obriga a célula hospedeira a criar várias cópias, até que ela fique cheia e acabe sofrendo lise (rompimento) e ocasionalmente apoptose (morte celular) e os novos vírus formados irão novamente repetir esse ciclo e novas células serão infectadas. Com a rápida disseminação do vírus no organismo de uma pessoa, o corpo entra em estado de alerta e começa a combater os vírus, dependendo do vírus e do local que ele ataca, a pessoa pode ter vários tipos de sintomas.

 Basicamente é assim que os vírus funcionam e atacam as pessoas.

Vocês entenderam?

Já que vocês entenderam um pouco como os vírus funcionam, vamos direto ao assunto.
Na última semana saíram nos jornais que os casos de Caxumba aumentaram 568% em São Paulo e como eu já disse, acabei entrando para essa estatística.

A Caxumba é contagiosa e é causada pelo vírus Paramyxovirus, sendo adquirida através do contato com gotas de salivas no ar, troca de saliva pelo beijo ou utilizar o mesmo copo de pessoas infectadas.  Os primeiros sintomas aparecem até terceira semana depois do contato com a saliva infectada.

Os sintomas podem ser diversos, podendo apresentar calafrios, cefaleia (dor de cabeça), dor de garganta, dificuldade para engolir e o principal sintoma é o aumento das glândulas salivares na proximidade dos ouvidos, causando um inchaço incômodo.
Os sintomas graves da caxumba são realmente complicados, podendo causar surdez, meningite e após a puberdade pode causar um inchaço dos testículos nos homens e nas mulheres o inchaço dos ovários, podendo levar a infertilidade.

O tratamento indicado é o repouso absoluto, tratar as dores e em aproximadamente 10 dias à doença e os sintomas desaparecem.

Mas eu tomei a vacina quando era criança, então estou livre da caxumba?

Nem sempre!

A vacina contra caxumba deve ser tomada nos 12 e 15 meses de vida, podendo combater também algumas doenças, como a rubéola e o sarampo. Mas a vacina não tem 100% de eficiência, então tomar alguns cuidados podem ajudar você a não contrair essa doença.
Então por hoje é só, espero ter ajudado vocês há entenderem um pouco sobre vírus e a caxumba, e na próxima segunda espero vocês novamente.

Curiosidade: Antibióticos não tem eficiência para combater os vírus, por isso não existe um medicamento específico para tratar a caxumba, e a melhor prevenção é tomar as vacinas e evitar o contato com pessoas infectadas.

Referencial:

terça-feira, 21 de junho de 2016

RED LIST: MAMÍFEROS


Olá, meus caros amigos!

Tudo bem com vocês?

Hoje, vou trazer um assunto crítico sobre mamíferos ameaçados de extinção no Brasil e não posso deixar de comentar o triste fato de uma onça-pintada que foi morta por militares do Exército após uma exibição do evento de cerimônia da tocha olímpica em Manaus-AM. A onça-pintada era conhecida como Juma e era mascote do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) do Exército Brasileiro. Durante o evento, a onça-pintada Juma como todo animal silvestre mantido em cativeiro provavelmente estava estressada e acabou escapando do cativeiro. E então o pior aconteceu, ela foi morta a tiros.

Mas vamos entender um pouco sobre os mamíferos ameaçados de extinção e vocês vão ver que a onça-pintada está ameaçada.

Vamos lá!!

Os mamíferos sempre chamam a atenção das pessoas devido a sua beleza e também a sua capacidade de conviver com o homem, com os cachorros e gatos. Alguns mamíferos causam problemas domiciliares, sendo responsáveis por algumas doenças. Um animal que chama muito atenção de pessoas e cientistas são os macacos, devido a sua grande semelhança física e genética com os seres humanos. Esses animais podem ser usados também como cobaias de pesquisas para a indústria farmacêutica.

O Brasil possui uma grande diversidade de mamíferos (terrestres, aquáticos e alados). Entre a grande diversidade de mamíferos, predominam animais de pequeno porte. Além do tamanho reduzido, apresentam, em sua maioria, hábitos noturnos, comportamento furtivo e capacidade de se camuflar na vegetação. Em outros continentes, em áreas abertas como a Savana africana, a ocorrência de animais de grande porte favorece a observação.

São poucas as espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil e apresentam hábitos de vivência em grupos, como a ariranha (Pteronura brasiliensis) por exemplo. Algumas espécies formam grupos em períodos reprodutivos ou simplesmente pelo cuidado parental, mas quando os filhotes desmamam, em sequência, acabam se tornando independentes.
A diversidade de mamíferos no Brasil é atualmente de 688 espécies, sendo dividida em 12 ordens: Primates, Didelphimorphia, Sirenia, Cingulata, Pilosa, Lagomorpha, Chiroptera, Carnivora, Perissodactyla, Artiodactyla, Cetacea e Rondentia.

Segundo dados do ICMBio (Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o Brasil abriga a maior diversidade de mamíferos do mundo, sendo que 66 espécies dessa diversidade encontram-se ameaçadas de extinção. As radicais mudanças no Bioma Mata Atlântica que foram causadas, sobretudo, por atividades humanas nos últimos cento e cinquenta anos, destacando-se a expansão das áreas urbanas e rurais, agricultura, tráfico de animais e também a caça ilegal, somadas são destruidoras. Das duzentos e cinquenta espécies de mamíferos da Mata Atlântica, 55 ocorrem somente nesse bioma, sendo que 38 estão ameaçadas de extinção.

O ICMBio, utilizando como suporte legal a Portaria 316/2009 do Ministério do Meio Ambiente, criou um pacto com a sociedade, tendo como principal objetivo a recuperação das espécies ameaçadas de extinção. O PAN (Plano de Ação Nacional) tem como objetivo a conservação dos mamíferos da Mata Atlântica Central nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia, sendo que esses estados sofrem grandes pressões antrópicas e também possuem uma grande importância no cenário socioeconômico do País.

A mastofauna possui uma importância vital na manutenção do equilíbrio de um ecossistema, estando presentes nos mais diferentes processos ecológicos, entre eles, o controle populacional de suas presas e a constante ajuda na regeneração das matas.

A fauna em geral pode ser considerada como bioindicador, pois sua presença no local pode mostrar o estado de conservação do ambiente.
A fragmentação florestal e a perda de habitat gerados por ações antrópicas são as maiores ameaças aos mamíferos terrestres nos ambientes brasileiros, pois os mamíferos de grande, médio e pequeno porte ainda são alvo de caça, que é uma atividade ilegal há mais de 35 anos no Brasil.

Vou mostrar para vocês alguns animais que estão ameaçados de extinção no Estado de São Paulo e em todo Brasil.
De acordo com a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) classifica:

(LC) Pouco Preocupante
(NT) Quase Ameaçada
(VU) Vulnerável
(EN) Em Perigo 
(CR) Em Perigo Crítico 
(EW) Extinto Na Natureza
(EX) Extinto

E com isso vou apresentar para vocês alguns animais ameaçados de extinção de acordo com o Livro Vermelho

de Espécies Ameaçadas de Extinção:

 Onça-pintada (Panthera onca) (VU)
Onça-pintada

Sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) (VU)
Sagui-da-serra-escuro

Macaco-prego (Cebus robustus) (VU)
Macaco-prego

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) (EN)
Mico-leão-dourado

Muriqui (Brachyteles hypoxanthus) (CR)
Muriqui (maior primata das Américas)

Jaguatirica (Leopardus pardalis mitis) (VU)
Jaguatirica

Onça-parda (Puma concolor capricornensis) (VU)
Onça-Parda

Ariranha (Pteronura brasiliensis) (VU)
Ariranha 

Jubarte (Megaptera novaeangliae) (VU)
Baleia Jubarte

Esses são apenas alguns mamíferos ameaçados de extinção no Brasil, a lista ela é ainda maior, então é muito importante conhecer para preservar.

Referencial:
COSTA, L.P., LEITE, Y.R.L., MENDES, S.L. & DITCHFIELD, A.D. 2005. Conservação de mamíferos no Brasil. Megadiversidade. 1(1):103-112.
INSTITUDO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-plano-de-acao/pan-mamiferos-da-mata-atlantica/sumario-executivo-mamac-site.pdf>. Acesso em: 20 de Jun. 2016.
MAZZOLLI, M. 2006. Persistência e riqueza de mamíferos focais em sistemas agropecuários no planalto meridional brasileiro. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
REIS, N.R., PERACCHI, A.L., PEDRO, W.A., LIMA, I.P. Mamíferos do Brasil, Londrina, 2006.
TONHASCA JUNIOR, A. Ecologia e história natural da mata atlântica. Ed.Interciência Ltda., Rio de Janeiro. 197 p. 2005.

Imagens:

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Genética dos Esportistas


Olá meus caros amigos!

Tudo bem com vocês?

Hoje vou trazer um assunto muito interessante. Que tal entender porque alguns atletas possuem um alto nível de rendimento em relação a outros e porque essa característica faz com que milhões de pessoas parem para observar suas façanhas?

 Será que esses atletas somente realizam treino em cima de treino?

Será somente treino e mais treino?

Vamos entender como funciona a genética de alguns atletas de alto rendimento, e entender que pessoas “mutantes” podem até existir de verdade. Hehehehehe..

Estamos próximos ao início dos Jogos Olímpicos aqui no Brasil. Um evento que mostra toda a capacidade física e intelectual de atletas do mundo todo.
Então vamos entrar nesse assunto tão rápido como Usain Bolt e mostrar quais diferenças genéticas esses atletas possuem. Vou começar a falar de um atleta de alto rendimento que deixou seu nome na história dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Eero Antero Mantyranta nascido em 20 de novembro de 1937 foi um dos esquiadores finlandeses mais sucedidos da história dos Jogos Olímpicos de Inverno ao ganhar sete medalhas olímpicas (1960-1972). Ficou conhecido como “Senhor Seefeld” referente ao local onde as competições foram feitas. Infelizmente em 29 de dezembro de 2013 Eero acabou falecendo, porém seu sucesso e sua história ficaram marcados até os dias atuais, devidos o seu desempenho incrível nas Olímpiadas.

Mas o que o Eero Matyranta tem de tão especial além dos treinos?

Esse esquiador possuía  uma mutação genética no gene do receptor do hormônio Eritropoietina que causa um aumento dos glóbulos vermelhos no sangue, fazendo com que a pessoa possa transportar 50% a mais de oxigênio no sangue, com isso Eero possuía uma maior resistência durante as provas que exigiam alto desempenho físico. O interessante é que os seus familiares também possuem essa mutação, porém não seguiram o meio esportivo.

Agora eu pergunto a vocês. É justo disputar uma prova com uma pessoa que possui um Doping natural?

Seria correto a liberação da injeção de Eritropoietina para todos os participantes de provas físicas?

O que seria ético nessa situação?

Vou citar mais um exemplo muito famoso no esporte mundial. O famoso ex-ciclista americano Lance Armstrong que ficou conhecido mundialmente após ganhar por sete vezes consecutivas o evento de ciclismo conhecido como Tour de France entre anos de 1999 a 2005. Porém, ele ficou ainda  mais conhecido  após um resultado positivo de exame de doping e por consequência ter perdido todos os seus títulos.

Sabe por quê?

Lance Armstrong tomava o hormônio eritropoietina e vocês já sabem o potencial aumentativo que esse hormônio tem. Nessa época já era proibido tomar qualquer tipo de hormônio que aumentasse o desempenho nas provas. Então Lance é classificado em algumas revistas como um dos atletas mais antidesportista da história. Nesse caso não foi um doping natural e sim um doping bioquímico manipulado.
Lance precisou de uma “ajudinha” para conseguir conquistar todos esses títulos, mas é claro que esse atleta ganhou outros prêmios por consequência de seus treinos.

Mas o que falar do atleta de salto em altura Donald Thomas que em apenas 8 meses de treino conseguiu ser campeão mundial, sendo que o favorito naquele ano já treinava a 20 anos. Donald Thomas nasceu com o “Tendão de Aquiles” muito mais longo, servindo como uma mola muito mais potente, sendo que atletas normais precisam treinar anos para aumentar o “Tendão de Aquiles”.

Difícil competir né?

Mas hoje se sabe que existe um gene chamado ‘gene sprint’, ou seja, o gene ACTN3 que codifica as fibras musculares de contração rápida, sendo excelente para esportes de alta velocidade com movimento de explosão.

 Será que o Usain Bolt possui esse tal ‘gene sprint’?
Não sei dizer.

Mas todos sabem que ele não tem um biótipo de um atleta de alta velocidade, devido o seu tamanho, porém ele mostrou que é possível ser alto e rápido ao mesmo tempo.
Será somente o treino?

Deixo vocês pensarem um pouco e já vou falar de mais um atleta de alto rendimento.

Pam Reed é uma americana que participava de provas de corrida de longas distâncias, sendo a primeira mulher a vencer a prova Badwater Ultramarathon em 2002. Pam Reed provavelmente possui uma condição genética relacionado com a química do cérebro, fazendo com que ela sinta muito mais prazer em praticar um exercício físico. Chega a ser hilário, mas um dia depois da prova de Ironman que aconteceu em Nova York, Pam decidiu correr no aeroporto depois que ficou sabendo que seu voo iria atrasar. Detalhe, a prova de Ironman durou 11h20m.

Eu poderia citar inúmeros atletas que possuem desempenhos que estão relacionados com a condição genética. Não tenho dúvida de que treinar faz parte da vida dos melhores esportistas, mas uma condição genética favorável e muito treino resultam em um atleta de elite.

Espero ter aguçado a curiosidades de vocês em relação aos atletas de elites, e com certeza vocês irão assistir as Olímpiadas com uma olhar diferente.

Referencial:
PASQUA, L.A., ARTIOLI, PIRES, F.O., BERTUZZI, R. ACTN3 e desempenho esportivo: um gene candidato ao sucesso em provas de curta e longa duração, 2011.

ZATZ, M. Genética: escolhas que nossos avós não faziam. Ed. Globo, São Paulo, 2011.