segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Genética dos Esportistas


Olá meus caros amigos!

Tudo bem com vocês?

Hoje vou trazer um assunto muito interessante. Que tal entender porque alguns atletas possuem um alto nível de rendimento em relação a outros e porque essa característica faz com que milhões de pessoas parem para observar suas façanhas?

 Será que esses atletas somente realizam treino em cima de treino?

Será somente treino e mais treino?

Vamos entender como funciona a genética de alguns atletas de alto rendimento, e entender que pessoas “mutantes” podem até existir de verdade. Hehehehehe..

Estamos próximos ao início dos Jogos Olímpicos aqui no Brasil. Um evento que mostra toda a capacidade física e intelectual de atletas do mundo todo.
Então vamos entrar nesse assunto tão rápido como Usain Bolt e mostrar quais diferenças genéticas esses atletas possuem. Vou começar a falar de um atleta de alto rendimento que deixou seu nome na história dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Eero Antero Mantyranta nascido em 20 de novembro de 1937 foi um dos esquiadores finlandeses mais sucedidos da história dos Jogos Olímpicos de Inverno ao ganhar sete medalhas olímpicas (1960-1972). Ficou conhecido como “Senhor Seefeld” referente ao local onde as competições foram feitas. Infelizmente em 29 de dezembro de 2013 Eero acabou falecendo, porém seu sucesso e sua história ficaram marcados até os dias atuais, devidos o seu desempenho incrível nas Olímpiadas.

Mas o que o Eero Matyranta tem de tão especial além dos treinos?

Esse esquiador possuía  uma mutação genética no gene do receptor do hormônio Eritropoietina que causa um aumento dos glóbulos vermelhos no sangue, fazendo com que a pessoa possa transportar 50% a mais de oxigênio no sangue, com isso Eero possuía uma maior resistência durante as provas que exigiam alto desempenho físico. O interessante é que os seus familiares também possuem essa mutação, porém não seguiram o meio esportivo.

Agora eu pergunto a vocês. É justo disputar uma prova com uma pessoa que possui um Doping natural?

Seria correto a liberação da injeção de Eritropoietina para todos os participantes de provas físicas?

O que seria ético nessa situação?

Vou citar mais um exemplo muito famoso no esporte mundial. O famoso ex-ciclista americano Lance Armstrong que ficou conhecido mundialmente após ganhar por sete vezes consecutivas o evento de ciclismo conhecido como Tour de France entre anos de 1999 a 2005. Porém, ele ficou ainda  mais conhecido  após um resultado positivo de exame de doping e por consequência ter perdido todos os seus títulos.

Sabe por quê?

Lance Armstrong tomava o hormônio eritropoietina e vocês já sabem o potencial aumentativo que esse hormônio tem. Nessa época já era proibido tomar qualquer tipo de hormônio que aumentasse o desempenho nas provas. Então Lance é classificado em algumas revistas como um dos atletas mais antidesportista da história. Nesse caso não foi um doping natural e sim um doping bioquímico manipulado.
Lance precisou de uma “ajudinha” para conseguir conquistar todos esses títulos, mas é claro que esse atleta ganhou outros prêmios por consequência de seus treinos.

Mas o que falar do atleta de salto em altura Donald Thomas que em apenas 8 meses de treino conseguiu ser campeão mundial, sendo que o favorito naquele ano já treinava a 20 anos. Donald Thomas nasceu com o “Tendão de Aquiles” muito mais longo, servindo como uma mola muito mais potente, sendo que atletas normais precisam treinar anos para aumentar o “Tendão de Aquiles”.

Difícil competir né?

Mas hoje se sabe que existe um gene chamado ‘gene sprint’, ou seja, o gene ACTN3 que codifica as fibras musculares de contração rápida, sendo excelente para esportes de alta velocidade com movimento de explosão.

 Será que o Usain Bolt possui esse tal ‘gene sprint’?
Não sei dizer.

Mas todos sabem que ele não tem um biótipo de um atleta de alta velocidade, devido o seu tamanho, porém ele mostrou que é possível ser alto e rápido ao mesmo tempo.
Será somente o treino?

Deixo vocês pensarem um pouco e já vou falar de mais um atleta de alto rendimento.

Pam Reed é uma americana que participava de provas de corrida de longas distâncias, sendo a primeira mulher a vencer a prova Badwater Ultramarathon em 2002. Pam Reed provavelmente possui uma condição genética relacionado com a química do cérebro, fazendo com que ela sinta muito mais prazer em praticar um exercício físico. Chega a ser hilário, mas um dia depois da prova de Ironman que aconteceu em Nova York, Pam decidiu correr no aeroporto depois que ficou sabendo que seu voo iria atrasar. Detalhe, a prova de Ironman durou 11h20m.

Eu poderia citar inúmeros atletas que possuem desempenhos que estão relacionados com a condição genética. Não tenho dúvida de que treinar faz parte da vida dos melhores esportistas, mas uma condição genética favorável e muito treino resultam em um atleta de elite.

Espero ter aguçado a curiosidades de vocês em relação aos atletas de elites, e com certeza vocês irão assistir as Olímpiadas com uma olhar diferente.

Referencial:
PASQUA, L.A., ARTIOLI, PIRES, F.O., BERTUZZI, R. ACTN3 e desempenho esportivo: um gene candidato ao sucesso em provas de curta e longa duração, 2011.

ZATZ, M. Genética: escolhas que nossos avós não faziam. Ed. Globo, São Paulo, 2011.




Um comentário:

  1. É meu caro amigo, olhando assim parece até desleal com outros atletas, mas vale lembrar daquele velho jargão "Deus da asa pra quem não sabe voar", não é o caso desses competidores, pois souberam aproveitar com treinos e dedicação essa tal "mutação", usando exatamente naquele esporte que se encaixa com seu biotipo, é uma explicação do encontro da capacidade com a oportunidade, pois não basta ter uma Ferrari em suas mãos senão souber pilotar!! Mas excelente tema dessa semana, muito interessante, parabéns!!

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