Olá meus caros amigos!
Tudo bem com vocês?
Hoje vou trazer um
assunto bem diferente e acredito que poucas pessoas já ouviram falar ou nem
sabiam que existia. Porém esse tema às vezes envolvem algumas polêmicas e quero
trazer histórias para vocês pensarem e darem suas opiniões.
Vou falar sobre
aconselhamento genético.
Você sabe o que é isso?
Aconselhamento genético
é o ramo da medicina que se dedica a estudar condições genéticas que podem
afetar um indivíduo ou seus descendentes. Por exemplo: uma pessoa é portadora de uma
doença genética que pode passar para seus descendentes e essa pessoa teve um
filho que nasceu normal, mas será que seu filho pode ter descendentes normais
também? Aí que entra o aconselhamento genético, sendo feitos vários exames clínicos
e no final os médicos vão chegar a uma conclusão positiva ou negativa.
E dentro desse assunto
eu quero trazer duas histórias para vocês refletirem e darem suas opiniões,
pois os assuntos são bem delicados. Todas as histórias são reais e foram tiradas
do excelente livro: “Genética: As
escolhas que nossos avós não faziam” da conselheira geneticista Mayana
Zatz.
A primeira história é
de uma adolescente de 15 anos de idade que procurou o aconselhamento genético
por que dois dos seus irmãos eram portadores de Distrofia de Duchenne (uma
doença que afeta pessoas do sexo masculino e tem como consequência a distrofia
muscular muito grave e o portador perde a capacidade de andar aos 12 anos),
então a adolescente queria saber se quando ela engravidasse seu filho poderia
nascer com essa doença. Mas com apenas 15 anos ela já estava grávida, então a
preocupação era maior. Ela foi à clínica com os seus pais e uma assistente
social. Foram feitos os testes nela e no seu pai, e infelizmente ela era
portadora da mutação genética que causava a distrofia de Duchenne, mas como era
mulher não desenvolveu a doença. Se o bebê que ela estava esperando fosse
menino, tinha 50% de chance de nascer com essa doença. A família era de uma
cidade pequena e quando a consulta terminou a assistente social contou à médica
que na cidade estava soando um rumor que o pai biológico era também a pessoa
que engravidou a adolescente. Se fosse testado verdadeiro esse boato, a
probabilidade da criança nascer com a distrofia aumentaria muito. Então foi feito um teste no feto e felizmente
a criança não apresentava o gene mutante da distrofia de Duchenne, porém o
teste deu positivo para os boatos, seu pai biológico tinha relação sexual com a
própria e filha e acabou engravidando-a. A médica conversou com a adolescente e
ela confirmou que seu pai fazia relação sexual com ela toda vez que a sua mãe saía.
E pediu para a médica não contar para mãe, pois tinha medo de destruir a
família.
O que você faria?
Denunciaria o pai?
Levando em consideração
que o aconselhamento genético tem que ter uma confiabilidade nas informações,
ou seja, tudo o que acontecer fora do esperado em um aconselhamento não deve
ser exposto, pois o principal objetivo dessa consulta foi saber se a
adolescente tinha a possibilidade de ter o filho com a distrofia, e não
investigar se o pai tinha relação sexual com a filha. Mas será que nesse caso
poderia quebrar as regras? Não sei..
Então vou deixar vocês
pensarem a respeito e no final do texto conto o desfecho dessa história.
A segunda história
também é bem delicada, porém a primeira aconteceu no Brasil e essa na Holanda.
Tudo começou quando uma advogada engravidou sem planejar e seu pai era portador
de Hemofilia (uma doença genética que faz com que o portador tenha problemas de
coagulação sanguínea e consequentemente o portador sofre muito durante toda a
vida), então essa advogada procurou o aconselhamento genético, pois se o feto
fosse portador da mutação genética ela estava disposta a parar a gestação,
sendo que toda vez que seu pai passava por essa crise da doença ela observava
ele chorando de dor e consequentemente ela sofria junto. Como esse caso
aconteceu na Holanda à legislação permite a advogada abortar em caso de doença
genética sem tratamento. Então foi coletado amostra de DNA do pai para analisar
se a advogada tinha herdada a mutação genética. E mais uma vez algo inesperado
aconteceu, os exames mostraram que a advogada não era portadora da mutação,
pois seu pai não era realmente seu pai biológico. Como dar essa notícia?
O que você faria?
Contava que a advogada
não teria a mutação somente ou contaria que seu pai não era biológico?
Contava somente para a
mãe e ela decidiria se contaria ou não?
Contava para todos?
Levando em consideração
que é uma família muito unida e contar pode afetar totalmente a estrutura dessa
família.
Nesse caso a autora
deixa em aberto e não falou o desfecho da história.
Aconselhamento genético
é algo muito importante, apesar de acontecer histórias como essas, o indivíduo
saber se pode ter filho saudáveis ou não e de extrema importância para não
adquirirem dores e sofrimentos futuros.
A Engenharia Genética
está evoluindo muito rapidamente, e dentro disso caem questões muito delicadas.
O que você acha se pudesse escolher a cor dos olhos do seu filho?
Ou escolher se vai ser
menino ou menina?
Gêmeos, trigêmeos ou
quadrigêmeos?
Parece loucura né?
Vou contar mais um caso
para finalizar nosso papo de hoje. Um casal fez inseminação assistida conhecida
também como inseminação artificial e queriam ter gêmeos, porém a mulher ficou
gravida de trigêmeos e no hospital após o nascimento o casal disse que levaria
somente duas crianças, pois o combinado era ter gêmeos, então o casal escolheu duas
meninas e iria deixar a terceira no hospital.
Você deve está pensando
que é uma história de ficção né?
Mas não é!!!!
Essa é uma história
real e aconteceu aqui no Brasil. É claro que os pais foram obrigados a ficarem
com as três meninas.
Mas em que ponto nós
chegamos?
É um absurdo essa
história, mas mais uma vez eu digo é real e acontecem muitos casos como esse.
Temos que usar a
tecnologia para ajudar as pessoas com problemas e diagnosticar doenças antes
que ela se manifeste. Mas não posso deixar de falar que a Engenharia Genética é
algo brilhante e com certeza ajuda e vai ajudar muitas pessoas.
Então, hoje quis trazer
esse tema, pois muitas pessoas não conheciam esse assunto e espero ter mostrado
um pouquinho do que tem por trás dessa ciência.
Ops! Antes que eu me
esqueça vou contar o desfecho da primeira história.
A médica responsável
pelo caso decidiu não contar para a mãe sobre a relação do pai com a filha e
muito menos denunciar o pai a polícia. Ela fala em seu livro que foi muito foi
difícil tomar essa decisão, mas que foi a melhor que ela pensou em tomar. E
disse também que nunca mais viu a adolescente.
Muito obrigado pela
leitura e sinta-se a vontade para deixar sua opinião a respeito dessas
histórias.
Referencial:
ZATZ, M. Genética: escolhas que nossos avós não
faziam. Ed. Globo, São Paulo, 2011.